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sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Elvis Almeida lança eBook sobre Modos Gregos na guitarra

Adquira o eBook e comece a desvendar os segredos dos Modos Gregos.

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Nosso colunista e fundador, o guitarrista Elvis Almeida há muito tempo (desde 2009) publica aulas online gratuitamente em seu site (http://www.elvisalmeida.com).

Em 2011 ele lançou o livro "MODOS GREGOS: GUITARRA - Desvendando Seus Segredos - Vol. I" em uma tiragem limitada.

Como havia muita procura de diversos estudantes de guitarra pelo país, ele lançou há alguns dias a versão digital desta obra.

O eBook está no formato PDF, o que permite que seja utilizado em praticamente todas as plataformas e equipamentos da atualidade. São 124 páginas com quase 100 exemplos em partitura e tablatura.

Veja mais informações e como comprar pelo link abaixo:

http://www.elvisalmeida.com/2013/08/lancamento-do-ebook-modos-gregos.html




PARA VOCÊ:
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quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Este som maravilhoso que vem da guitarra.... (Parte 4) - Entenda os amplificadores - por Elvis Almeida



Índice com todos os artigos da série sobre o timbre da guitarra


Aprofunde-se mais no tema, lendo todos os artigos da série:

Parte 1: Introdução - Visão Geral
Parte 2: Conhecendo o Instrumento (Guitarra)
Parte 3: Os Efeitos (pedais, pedaleiras e racks)
Parte 4: Os Amplificadores de Guitarra



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Como é produzido o som da guitarra?

Parte IV – O Amplificador


A última etapa de nosso estudo sobre o timbre da guitarra é o amplificador. Para muitos músicos a etapa mais importante de todas, mais até que o próprio instrumento.

Há cerca de 3 (três) anos, estava conversando com um amigo e guitarrista de Belo Horizonte, já com muitos e muitos anos de estrada e disse que gostaria de investir em equipamentos, principalmente para ter um rig 100% (cem por cento) profissional. Na época eu disse que iria comprar primeiro uma guitarra TOP. De imediato ele me respondeu:

“- Esqueça a guitarra, invista seu dinheiro primeiro num amplificador de qualidade... esqueça também os transistorizados, vai de cara num amplificador todo valvulado. Um amp valvulado mesmo dos mais baratos soará melhor que um transistorizado, especialmente para seu estilo (Rock)”.

Foi nesta época que comecei a estudar a possibilidade de montar meu próprio amplificador. Enquanto estudava os circuitos eletrônicos dos amplificadores valvulados, constatei que este meu colega tinha razão. Tirando qualquer radicalismo de lado, para o estilo que eu faço, predominantemente Rock, os timbres que mais me agradam são sempre valvulados.

A questão remonta o clássico duelo Transistorizado X Valvulado, cujo tema já tive a oportunidade de escrever na série “A Grande Batalha: Valvulados X Transistorizados” com muita informação sobre o funcionamento dos dois. Portanto, remeto o leitor que quer se aprofundar no tema nos links abaixo:

Parte 1: A fonte de energia dos amplificadores de guitarra
Parte 2: O Circuito Pré-amplificador
Parte 3: O Circuito de Power (Potência)

Apesar de no momento não me aprofundar tanto quanto na série anterior, não me furto de comentar as principais diferenças entre eles.

Tecnicamente, transistor e válvula amplificam a potência o sinal de forma muito diferente. O transistor não precisa de grandes tensões para trabalhar, e principalmente, a saída do amplificador transistorizado geralmente tem impedância compatível com os alto-falantes do mercado.

Já a válvula tem impedância de saída muito alta, o que exige a instalação de um transformador de saída. Aí também se encontra uma das coisas que mais influenciam o timbre.

Ao contrário do que muita gente pensa, do ponto de vista da eletrônica, a amplificação transistorizada é muito mais eficiente que a valvulada, pois possui muito mais fidelidade ao som e baixa distorção.

Ocorre que a distorção (há vários tipos de distorção: harmônica, de fase, achatamento proveniente da saturação... etc., é desta última que estamos falando) que ocorre no valvulado (preamp e power) são justamente as responsáveis pelo tão sonhado timbre da guitarra.

“Timbristicamente” falando, o transistorizado, v.g., irá fornecer um som mais limpo, porém mais áspero e sem brilho, principalmente por não adicionar os harmônicos à onda sonora.

Já o valvulado, normalmente oferecerá um som mais sujo, porém mais gordo e brilhante, com mais compressão e os tão desejados harmônicos pares.

Como diria o Manolo da Tubeamps, “não é que os valvulados sejam melhores, é que gostamos mais deles”.

Lembremos que existem amplificadores transistorizados que caíram no gosto popular, sendo o Roland Jazz Chorus o mais famoso de todos. Em muitos estilos musicais, o som seco e áspero é desejado pelo guitarrista, e é justamente neste nicho que os transistorizados se destacam. A questão da durabilidade é outro fator que fazem com que muitos guitarristas profissionais optem por amplificadores solid state.

Contudo, quando a matéria é Blues e Rock, nada como um valvulado para dar aquele “calor” ao som.

Feitas estas ponderações quanto às diferenças essenciais entre os amplificadores valvulados e transistorizados, vamos falar agora sobre o caminho da onda sonora pelo amp.

O som sai da guitarra (quando ligada diretamente) ou dos pedais de efeitos (pode ser pedaleira, rack... etc.) e é injetado primeiro no pré do amplificador.

O pré-amplificador é o circuito responsável por pegar o sinal com baixíssima intensidade e prepará-lo a níveis suficientes para que a etapa de potência possa amplificar e enviar para os falantes. Trata-se portanto de uma etapa intermediária e fundamental para o timbre da guitarra.

Também é no preamp que são inseridos os controles de equalização, normalmente de grave, médios e agudos. A distorção de um amp valvulado virá inicialmente desta etapa, através da saturação de pré (overdrive). O que significa saturação? É o excesso de ganho proporcionado nas etapas do amp que irá implicar no achatamento da onda. A onda fica quadrada, provocando o clássico Drive Valvulado.

Após receber o sinal, pré-amplificar (saturando ou não) e equalizar, o sinal é entregue a etapa de potência num nível suficiente para que esta última etapa desempenhe seu papel satisfatoriamente, sem perdas.

A etapa de potência ao receber o sinal, em tese, não irá mais “tratar” o som. Sua função será exclusivamente aumentar a corrente, para posteriormente os pulsos elétricos já amplificados serem convertidos em pulsos mecânicos pelos alto-falantes. Mas no valvulado, a situação é diferente. A saturação de power não só acontece, como é desejada para a maioria dos guitarristas. Neste quesito que os valvulados deixam os transistorizados para trás.

 Entre as etapas de preamp e power, são adicionados os efeitos, normalmente através de um loop. Boa parte dos amplificadores de guitarra também vêm de fábrica com unidades de reverb integradas, sendo instaladas após o loop de efeitos.

Ocorre que em alguns amplificadores existe o controle de presence, que é um filtro de médios na etapa de potência. Dependendo do circuito, este controle é muito importante para dar mais brilho ao timbre da guitarra.

Atualmente, muitos amplificadores possuem atenuadores de potência de fábrica. Isto é um recurso muito útil para aqueles que desejam tocar com altos níveis de saturação da etapa power porém com volumes baixos. Tal recurso facilita as gravações (principalmente as caseiras), pois não será necessário isolamento acústico para colocar as válvulas de potência “fritando”. Alguns modelos também estão saindo com a saída direct/silent record, que é uma saída feita para ser plugada direto na mesa, placa de som ou interface de gravação. Ela permite gravar com qualquer nível de saturação do power e de forma silenciosa, pois o retorno você pode ouvir direto dos monitores de gravação em baixo volume.

Por último vem o alto-falante, que faz a transformação final dos pulsos elétricos em energia mecânica, produzindo o som. Trata-se de peça extremamente importante de qualquer amplificador. São fabricados em diversos tamanhos, potência, impedância, dureza do cone, sensibilidade... etc.

Normalmente, somos tentados a comprar os maiores e mais potentes como se isto fosse sinal de qualidade. Existem muitos falantes de 10” com performance superior a muitos de 12”. Isto depende também da qualidade dos materiais empregados na fabricação, bem como do projeto do mesmo.

Por isso, um falante para contrabaixo não fornecerá os médios necessários para a guitarra, bem como um falante para guitarra não fornecerá os graves que o baixista precisa. Isto decorre exponencialmente do fato de que cada projeto tem suas particularidades.

Um falante será bom para você, se:
a) ele reproduzir as frequências que deseja ouvir;
b) tiver potência adequada ao seu amplificador;
c) tiver boa pressão sonora e desempenho do cone;
d) durável.

Mais do que isto já é uma “viagem”. Você pode ter tudo que precisa num falante gastando de R$ 200,00 a R$ 1.000,00, dependendo do seu gosto, afinal tem gente que tem um gosto mais requintado (e caro... risos). A propósito, existe um vídeo muito interessante que publiquei no YouTube em meu canal http://www.youtube.com/users/bandatrifuse que dá dicas de como calcular impedâncias e associar alto-falantes. Vale a pena assistir. Também escrevi um artigo em parceria com o amigo Christian Castro que aborda o tema dos alto-falantes em profundidade publicado no grupo de discussão Amplificadores Valvulados S.A. no Facebook.

Outra questão que influencia muito no timbre é o projeto acústico do amplificador (ou da caixa, no caso de você estar usando um head). Dependendo da existência ou não de saídas traseiras, dutos... etc., o som também vai mudar. Pode-se querer reforçar os graves (p.ex.), ou eliminá-los também através do projeto acústico e dos materiais empregados na construção da caixa/gabinete.

Conclusão


Não existe regra para o amplificador ser bom. Para ser ruim já é outra história. É terrível a sensação de que o amp está “matando” seu som.

Muitos guitarristas profissionais optam pelos amplificadores transistorizados tanto por razão de robustez, como de timbre. Pode parecer incrível, mas tem gente que prefere o timbre opaco de um solid state.

A grande maioria prefere os amplificadores valvulados, também pelas mais variadas razões, mas principalmente pelo brilho que as válvulas oferecem ao timbre da guitarra. O drive valvulado também é muito mais “cremoso”, enquanto que o solid state costuma ser mais “ácido” e “áspero”.

Confie sempre nos seus ouvidos e o mais importante na hora de comprar um amplificador de guitarra é dedicar seu tempo para experimentar pessoalmente vários modelos e marcas disponíveis. É certo que artigos (como este) e reviews serão um norte, pois darão a orientação básica, mas nada substitui a experiência. Como diria Bruce Lee: “...só se aprende a lutar, lutando...”.

Um abraço e até o próximo artigo!


Elvis Almeida
http://www.elvisalmeida.com



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sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Este som maravilhoso que vem da guitarra.... (Parte 3) - Entenda os pedais de efeitos - por Elvis Almeida



Índice com todos os artigos da série sobre o timbre da guitarra


Aprofunde-se mais no tema, lendo todos os artigos da série:

Parte 1: Introdução - Visão Geral
Parte 2: Conhecendo o Instrumento (Guitarra)
Parte 3: Os Efeitos (pedais, pedaleiras e racks)
Parte 4: Os Amplificadores de Guitarra



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Como é produzido o som da guitarra?


Parte III – Efeitos


Dando sequência ao nosso estudo e nossa busca do timbre perfeito (e seguindo o caminho do som), abordaremos os efeitos utilizados na guitarra.

Já dissemos que o som nasce no instrumento, seguindo para os efeitos e depois para o amplificador. Adicionalmente, existem efeitos que funcionam melhor depois da etapa de pré-amplificação e são adicionados através do loop de efeitos do amplificador. Isto é um assunto complexo e creio que podemos até redigir um artigo específico para este fim.

Pois bem, na etapa de efeitos, o som “puro” da irá sofrer modificações que proporcionarão inúmeras possibilidades de criação do guitarrista. Assim, a criatividade do músico não está somente na escolha das notas a serem tocadas, mas também em como estas notas irão soar.

Por isso a compreensão dos efeitos, seu funcionamento e possibilidades, é uma importante ferramenta de composição. Imagine o riff de introdução da canção Money for Nothing da banda Dire Straits sendo tocado sem distorção. Soaria pra lá de estranho, não acha?

 Antes de esmiuçarmos os efeitos, cabe abrir um parêntese para diferenciar os multiefeitos do módulos individuais. Como exemplos de cada um, estão as pedaleiras e os pedais (stompboxes). Os efeitos também se dividem em analógicos e digitais. Há um bom tempo as pedaleiras concentram seus efeitos na tecnologia digital, se tornando quase que um sinônimo. Os pedais, em sua maioria são analógicos, porém existem uma grande gama de pedais digitais, especialmente na categoria “âmbiencia”. Atualmente as opções são variadíssimas, sendo que muitos pedais e multiefeitos de qualidade mesclam o que há de melhor em ambas tecnologias. Relembrando que isto tudo também entra na questão do gosto de cada um. Tem gente que prefere o digital, outros o analógico. No meu caso, tem efeitos que gosto mais do digital e outros (para mim) ficam melhor sendo analógicos.

Vou comentar sinteticamente o funcionamento dos principais grupos de efeitos, não exatamente na ordem em que eles costumam ser ligados, mas na minha opinião, na ordem de importância no setup e na evolução da guitarra.

A propósito, caso deseje aprofundar no assunto ordem dos pedais no setup, eu recomendo a leitura de outro artigo meu no seguinte link:

http://www.centraldorock.com.br/2011/06/qual-ordem-correta-dos-pedais-de-efeito.html

Distorção/Overdrive


Não há diferença técnica entre distortion e overdrive, sendo muito mais uma designação dos fabricantes para separar efeitos low, mid e high gain. Normalmente, chamam os pedais de ganho baixo a médio de overdrive, e de distortion aqueles com ganho médio a alto.

O drive (genericamente falando) surgiu originalmente nos amplificadores valvulados, que em alto volume produziam uma distorção muito agradável aos ouvidos. Então aquilo que era considerado ruído para outros instrumentos, era algo desejado pela galera das 6 (seis) cordas.

O som distorcido vinha do fato de que com a saturação do amp a onda sonora ficava quadrada. Portanto, é justamente isto que os pedais de drive faz, ou seja, reproduz (pelo menos tenta) o achatamento da onda sonora, através de duas etapas: a) saturação; e b) clipagem. Na etapa de saturação, o pedal vai amplificando o sinal até níveis mais altos que o original e na etapa de clipagem (normalmente com diodos), “quebra” o topo da senoidal, deixando a onda quadrada.

Cabe abrir um parêntese quanto ao pedal Fuzz. Apesar de ser um pedal de drive, originalmente seu circuito não possuía diodos de clipagem. Nos modelos clássicos, p.ex., o achatamento decorria exclusivamente da saturação, ou seja, excesso de ganho, mas hoje em dia é praticamente impossível distinguir os dois, a menos pelo timbre (geralmente o Fuzz é mais sujo e com mais grave). Você deve se perguntar: então ele possui timbre semelhante aos drives valvulados? Pior que não. Apesar de utilizar o método, o silício e o germânio amplificam de forma diferente da válvula e isto tem profundo reflexo nos harmônicos e nas frequências amplificadas.

Conclusão sobre os Drives


 Pois bem, atualmente existe uma enorme quantidade de modelos de pedais de drive (seja fuzz, distortion ou overdrive) tanto por necessidades mercadológicas dos fabricantes, como pela própria evolução dos circuitos. Está na moda os simuladores de amplificadores, que tentam reproduzir o mais fielmente possível o som dos drives de amplificadores famosos. Seja lá qual for a sua opção, é importante destacar que as distorções solid state ainda são muito diferentes das valvuladas. Mesmo os simuladores mais famosos (que tiveram mais investimento tecnológico para a reprodução do timbre) ainda sofrem da degeneração ocorrida pela conversão AD/DA (Analógico-Digital/Digital-Analógico). A tendência é que com a evolução dos circuitos, esta diferença fique cada vez mais imperceptível aos ouvidos humanos, mas isto é matéria para um outro artigo.

Post Scriptum:
A respeito dos pedais de distorção, posteriormente escrevi um artigo com dicas de como escolher seu pedal e para isso expliquei mais detalhadamente as características dos drives. O artigo pode ser lido aqui:
http://www.centraldorock.com.br/2012/02/dica-como-escolher-seu-pedal-de.html

Filtro/Equalização


Durante minha carreira (de quase 20 anos de música) nunca tive um pedal equalizer. Sempre achei mais fácil equalizar no amplificador e nos próprios pedais. Por causa disso sempre dei preferência a pedais de distorção que tivessem pelo menos 2 (dois) controles de tom.

O pedal equalizador, via de regra, é um filtro ativo e passivo que atua na onda sonora, tanto reforçando como cortando as frequências de acordo com a regulagem. Obviamente, um bom pedal equalizer irá lhe proporcionar muitas variedades de timbres, permitindo ajustes mais dinâmicos e precisos ao seu timbre, que somente a equalização dos demais pedais e amplificador não poderá oferecer. Na minha opinião, sua conveniência também se justifica quando o guitarrista tem a necessidade de equalizar o timbre também em sons limpos. No meu caso nunca precisei, pois quase sempre usei timbres distorcidos do próprio amplificador, mas tem muito guitarrista que precisa e recomenda.

Outro exemplo de pedal de filtro (este sim eu considero indispensável) é o wah-wah. Neste tipo de pedal reforço/corte de frequências ocorre quando o guitarrista atua em um pedal mecânico, lembrando muito o som do choro de um bebê. Não é à toa que a Dunlop chamou seu pedal de Cry Baby.

Ambiência


Os pedais de ambiência simulam situações onde o ambiente irá refletir a onda sonora, mais conhecidos como reverberação e ecos.

Os ecos são reproduzidos pelos pedais de echo e delay, enquanto que a reverberação, como o próprio nome diz será reproduzida nos pedais de reverb.

O reverb, inicialmente era confeccionado com molas e uma bobina. Como o dispositivo na época era grande, impossível de caber dentro de uma pequena caixa, logo os fabricantes de amplificadores se “apropriaram” do reverb e começaram a adicioná-lo direto em seus circuitos e acondicioná-los em seus gabinetes (seja cabeçote ou combo). Já o delay, originalmente funcionava com uma gravação em fita que depois era reproduzida em certo intervalo. Como tal dispositivo demandava de complexos cabeçotes de gravação e reprodução do áudio, também era praticamente inviável colocar um delay na pedaleira. Foi com a evolução da eletrônica e dos circuitos integrados, que estes pedais entraram para o rig de diversos guitarristas. A partir da década de 70 e 80, popularizaram-se os circuitos semicondutores que conseguiam (entre outras coisas) reproduzir o som de um eco e o efeito da reverberação. Na sequência surgiram também os reverb e delay digitais. O interessante é que no caso da ambiência a aceitação do efeitos digitais foi muito maior que de outros. Digital Reverb e Digital Delay são pedais extremamente populares hoje em dia.

Modulação


Os pedais de modulação mais conhecidos são: chorus, phaser e flanger. O chorus dobra o sinal, desafinando levemente a segunda onda sonora para dar o efeito de mais de um instrumento tocando (há pedais com 2, 3 e até muito mais dobras). É comum encontrarmos nestes pedais pelo menos dois controles, quais sejam rate (velocidade da desafinação) e depth (profundidade/quantidade de desafinação). Além desses controles, existem pedais que possuem controles para aumentar/diminuir a quantidade de vozes, nível (volume) do som, filtros de equalização (tone)... etc.

O phaser duplica a onda original e a reproduzem com atraso e inversão de fase. Isto faz com que haja somas e cortes em intervalos irregulares, dando um efeito psicodélico.

O flanger é como se fosse a fusão do chorus + phaser. Além do que neste caso o sinal duplicado e desafinado é realimentado e somado à original em forma de loop gerando a sensação de um turbina à jato. Outra diferença em relação ao phaser é que o flanger realiza a soma e o corte em intervalos regulares, além do controle de ressonância que pode transformar o pedal quase que num chorus se for colocado no mínimo.

Sem entrar na discussão de tremolo ou vibrato, creio que existem dois tipos de efeitos nesta categoria. O pitch tremolo e o level tremolo. O primeiro é um pedal de modulação por excelência, pois realiza a desafinação da nota com a profundidade e velocidade desejada pelo guitarrista. Mas qual a diferença entre ele e o chorus? Acontece que o chorus e o flanger adicionam o efeito à onda original somando-se a esta. Já o pitch tremolo não, pois na saída tem apenas o som alterado. Já o level tremolo, na minha opinião é um efeito de dinâmica, nosso próximo tópico.

Poderíamos dizer também que existe também o eq tremolo, que alteraria a equalização (tone) em intervalos predefinidos, é o exemplo do auto wah. Mas creio que neste caso, a exemplo do wah-wah, seria um pedal de filtro/equalização como já explanado.

Dinâmica


Nesta categoria, o mais famoso é o pedal compressor. A compressão nada mais é que elevar o volume dos trechos mais baixos igualando a amplitude da onda pelo nível mais alto (e regulável pelo botões do pedal). O resultado é um som “gordo” e sem quedas. Uma das consequências desta ação do pedal é aumentar a sustentação das notas. Na via contrária existe a função limiter, que corta o volume dos trechos mais altos igualando a amplitude pelo nível mais baixo. É o revés do compressor. É comum nos pedais e racks as duas funções em uma única unidade.

Outro pedal famoso que pode ser encaixado nesta categoria não é exatamente um efeito, mas é muito mais um controle. Estou falando do pedal de volume. Com ele você controla o nível do sinal de toda a cadeia de pedais ou apenas de uma etapa dos mesmos.

Como dissemos no tópico anterior, existe também o level tremolo, que altera o volume com a variação de amplitude e velocidade desejada pelo guitarrista, neste caso sem desafinar a nota. Muitos amplificadores antigos possuíam este efeito integrado.

Conclusão


Pois bem, existem hoje no mercado, uma infinidade de pedais, muitos deles tão sofisticados que poderiam se encaixar em outra categoria diferenciada. Existem também pedais que são misturas de duas ou mais categorias ou efeitos, produzindo uma sonoridade também única.

Não poderia encerrar o artigo sem falar dos pedais de boosters. Neste caso dependendo do tipo de boost de cada pedal, ele se encaixará numa ou noutra categoria. Se for boost de ganho, poderá se encaixar na categoria distorção. Se for de volume, poderá ser na dinâmica. Se for de boost de frequência, se enquadrará na categoria de equalização.

Sobre pedais de boost, recomendo a leitura de outro artigo meu no link abaixo:

http://www.centraldorock.com.br/2011/06/pedais-de-boost-boosters-como-funcionam.html

O objetivo é ter uma visão geral dos efeitos muito mais por suas categorias. Tendo a compreensão geral fica mais fácil entender o funcionamento específico de cada efeito, principalmente as especificações técnicas do fabricante.

Na quarta e última parte falaremos sobre o último estágio do som antes de chegar aos nossos ouvidos, os amplificadores.

Um abraço e até o próximo artigo!


Elvis Almeida
http://www.elvisalmeida.com




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quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Este som maravilhoso que vem da guitarra.... (Parte 2) - Entenda o funcionamento do instrumento - por Elvis Almeida



Índice com todos os artigos da série sobre o timbre da guitarra


Aprofunde-se mais no tema, lendo todos os artigos da série:

Parte 1: Introdução - Visão Geral
Parte 2: Conhecendo o Instrumento (Guitarra)
Parte 3: Os Efeitos (pedais, pedaleiras e racks)
Parte 4: Os Amplificadores de Guitarra



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Como é produzido o som da guitarra?

Parte II – O Instrumento


Dando sequência ao nosso estudo e nossa busca do timbre perfeito, falaremos agora do equipamento mais importante do setup.

O princípio do som é no instrumento... é a guitarra a responsável por gerar a onda sonora que transformada em impulsos elétricos, será transformada e amplificada até o amplificador transformar novamente os impulsos elétricos em onda sonora.

A peça da guitarra responsável pela conversão da energia mecânica (onda sonora) em energia elétrica é o captador. 

Como funciona o captador da guitarra?


O captador é uma bobina, ou seja, um emaranhado de fios de cobre enrolados sobre um núcleo de ferrite ou alnico que ao receber a vibração provinda das cordas e da madeira, transforma isto em pulsos (impulsos) eletromagnéticos que serão enviados para a próxima etapa de nosso setup. Poderíamos dizer que ele é o inverso de um alto-falante.

Os microfones trabalham de forma semelhante dos captadores, porém, com uma diferença exponencial, qual seja, os microfones mais comuns possuem uma película (diafragma) que flexiona-se com o deslocamento de ar, movimentando a bobina gerando os impulsos elétricos.

Os captadores de guitarra não possuem esta bobina móvel, suas bobinas são estáticas, daí que são muito menos sensíveis que os microfones. É neste ponto que o conjunto do instrumento se torna tão importante, mais especificamente do corpo da guitarra.

Para ter-se uma ideia, o som da guitarra depende não só exclusivamente do captador, mas da corda usada, da madeira e na minha opinião do desenho usado. Quando ferimos uma corda, não é exclusivamente ela que vibra, a madeira recebe parte desta vibração e transmite para os captadores. 

Revelado o novo método para aprender guitarra sem sair de casa! Daí podemos concluir que a madeira, o seu tipo, peso, tamanho e desenho do corpo são tão importantes quanto captadores e cordas.

Obviamente, que tudo é um conjunto. Cordas ruins farão com que o corpo vibre menos ou anule frequências importantes para o nosso som.

Mas não adianta nada termos captadores e cordas Top, se a madeira usada estiver anulando frequências, matando harmônicos... etc.

Desde que comecei a tocar guitarra, sem nenhuma base científica, por puro empirismo e percepção musical (ouvidos), percebi as seguintes características quanto às madeiras:

a) As frequências graves possuem melhor ressonância em corpos maiores, mais densos. O peso é uma ótima indicação para a densidade da madeira. Como dissemos a densidade reforça bastante os graves;

b) As frequências agudas possuem melhor ressonância em corpos menores e madeiras menos densas.

Mas não é só a madeira em si que influencia no timbre, as técnicas construtivas são muito importantes neste quesito merecendo nosso destaque para as seguintes observações:

a) Corpos feitos com peça única, sem emendas (one piece), tem maior sustain e deixam os harmônicos mais encorpados;

b) Braços colados possuem mais sustain que braços parafusados. Os harmônicos também ganham mais força;

c) Ponte fixa também aumenta a sustentação. As molas das pontes móveis (Floyd Rose, p. ex.) funcionam como atenuadores. A vibração das cordas nestes trêmulos é amortecida pelas molas diminuindo vibração da nota no corpo da guitarra.

Mas o mais importante que o tipo de madeira é o desenho do corpo. Eu mesmo já realizei o teste de duas guitarras com mesmo captadores, cordas e amplificador, porém com modelos diferentes. Aquela com corpo menor forneceu timbres mais pro lado dos agudos. Aquela que tinha um corpo maior forneceu um timbre com mais graves.

Os demais aspectos construtivos da guitarra, como tarraxas, trastes, acabamento, influenciam mais na durabilidade e confiabilidade do instrumento que propriamente no timbre.

Conclusão


Aprenda tudo sobre Modos Gregos na Guitarra com o e-book escrito por Elvis Almeida Como a finalidade deste artigo é auxiliar o guitarrista na escolha de seu instrumento faço minha conclusão com base nas minhas experiências pessoais.

No dia a dia, já encontrei instrumentos tidos como intermediários, com madeira de 1ª linha e produzidos em peça única a preços bastante convidativos.

Neste caso não se justifica investir R$ 8.000,00 (oito mil reais) num instrumento Top, quando um instrumento de R$ 1.500,00 (um mil e quinhentos reais) possui a mesma madeira e características construtivas. Quando isto acontece, é melhor adquirir o mais barato e trocar aquilo que é essencial para o timbre, qual seja, os captadores e cordas Top.

Na mesma linha de raciocínio não vale a pena colocar captadores top num instrumento feito de compensado. Muitas frequências importantes serão anuladas pela madeira e jamais chegarão ao captador como deveria, isto quando chegam. É como “salgar carne podre”.

Uma observação é exponencial neste momento do nosso estudo: A questão da tocabilidade também é importante para a escolha da guitarra. Do que adianta para um guitarrista na linha de Eddie Van Halen com uma guitarra sem trêmulo. O uso da alavanca se tornou a marca registrada de muitos guitarristas. 

Portanto, é importante que o guitarrista ache o seu ponto de equilíbrio e que escolha o instrumento de acordo com sua “pegada” e estilo. Uma Ibanez JEM não vai ficar legal para tocar Jazz ou Rockabilly, assim como uma semi-acústica de ponte fixa não servirá para tocar Death Metal. Não é que não se possa usar uma semi-acústica para sons pesados, mas é que ela não irá fornecer o ganho necessário para quantidade de drive que o estilo pede. 

Também não estou dizendo que não seja possível usar a JEM para Jazz, pois guitarra é guitarra, mas que o resultado final do timbre não será o mesmo. Ah, tem a galera que vai me dizer que é só tocar o captador... é verdade, mas irá descaracterizar o instrumento.

Alguns modelos são bem flexíveis, tendo bom desempenho em diversos estilos, mas isto também não deixa de ser um critério a ser analisado pelo guitarrista. Se ele toca apenas um estilo, é melhor comprar uma guitarra específica. Se toca vários, é mais interessante adquirir modelos mais versáteis, do que comprar uma para cada projeto.

No meu caso, por exemplo, muitas vezes sacrifiquei o sustain pelo uso da alavanca. Para mim, que durante anos toquei só com high gain a diferença na sustentação entre ponte fixa ou móvel, foi irrelevante, pois era compensada com muito ganho que usava quando tocava Heavy Metal.

Existe uma infinidade de madeiras sendo usadas para construção de guitarras. Rosewood, Maple, Mahogany, Pawlonia, Basswood... etc. 

Mas não fique preso somente à questão da madeira. As diferenças timbrísticas são produto de diversos fatores. A ferramenta mais precisa para a escolha da madeira de sua guitarra é seu ouvido. Recomendo que ao comprar seu instrumento, que teste os mais variados modelos, levando em consideração não só o timbre, mas também a tocabilidade, o peso (experimente ficar 3 ou 4 horas ensaiando com um instrumento de 10 kg para você ter uma ideia), a durabilidade e por que não, a beleza.

Quando é possível conciliar todas as características que necessitamos em um único instrumento... é amor à primeira palhetada (risos).

Então é isso pessoal... espero ter contribuído para a escolha da sua próxima guitarra, como sempre sem impor nada, apenas refletindo sobre as características do instrumento.

Na terceira parte abordaremos a próxima etapa do som, os pedais e efeitos de guitarra, não por ser a mais importante, mas seguindo o caminho do som até os nossos ouvidos.

Um abraço e até o próximo artigo!


Elvis Almeida




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quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Estudando Guitarra - Aprenda a aproveitar melhor seu tempo no instrumento - por Elvis Almeida

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Muitos estudantes de guitarra me perguntam como consegui chegar no ponto em que cheguei, afinal é de conhecimento geral que, assim como o violonista Guinga (dentista), tiro meu sustento principalmente de outra profissão, no meu caso, da Advocacia.

Comecei a tocar na pré-adolescência e desde o início dos estudos de música tive que conciliar as “guitarradas” com os estudos tradicionais e trabalho (comecei a trabalhar com 11 anos de idade).

Então como atingir um nível técnico legal?
A resposta é muito simples... administrando corretamente o tempo. Usando corretamente seu tempo, ficará muito mais fácil aprender guitarra (ou mesmo evoluir).

Estudar guitarra (como qualquer instrumento) não é fácil e infelizmente, nunca dispus de mais que 1 (uma) hora de estudo (da música) por dia. Para quem estuda sozinho (autodidatas) então as dificuldades ainda são maiores, principalmente para quem é iniciante.

O segredo então é planejar e organizar cada dia de treino. Só conseguia me dedicar mais quando ficava desempregado, o que durava pouco tempo (graças a Deus). Nos tempos de desemprego e nas férias, conseguia estudar até umas 4 (quatro) horas por dia, mas tais períodos eram ocasionais e não passavam de umas 8 (oito) semanas por ano.

Mas como organizar o tempo, principalmente quando este é reduzido, para tirar o máximo de proveito?

Antes de criarmos nossa agenda semanal de estudos, vamos analisar quais os conhecimentos necessários para se tornar um grande músico, seja lá qual for o instrumento.

O músico em geral deve dominar de forma integrada os seguintes fundamentos, que podem se desdobrar em muitos outros:

1 – Sensibilidade/Percepção (ouvido musical);
2 – Técnica/Mecânica;
3 – Teoria (compreendendo leitura, improvisação, composição... etc.);
4 – Fluência/Memorização/Repertório.

Pois bem... para quem tem banda, o fundamento 4 é fácil de desenvolver, pois os próprios ensaios tratarão de cuidar deste quesito. Porém, para aqueles que não tocam em banda é importante não ficar concentrado somente em exercícios e dedicar um tempo para aprender suas músicas favoritas. Se o aluno dividir seu repertório aprendendo tanto por partitura como “tirando de ouvido”, o fundamento 1 também será desenvolvido. A propósito, o primeiro fundamento também pode ser estudado através de ditado musical. Hoje em dia, tem uma infinidade de softwares para treinamento do ouvido, alguns até freeware.

No fundamento 3 (técnica), encontram-se os estudos de digitação mecânicos, desenhos de escalas, arpejos e acordes. Adicionalmente também as técnicas de execução, como two handed tapping, sweep picking, bends, ligados e muitos outros. Obviamente, ao preparar um repertório, as músicas já oferecerão uma lista de técnicas a serem utilizadas para sua execução. Por isso, é muito importante que o guitarrista tire não só as músicas que vai tocar na banda, também é fundamental variar os estilos e consequentemente variar também as técnicas estudadas.

Feitos estes comentários, escrevi uma pequena agenda, dedicada principalmente para aqueles que como eu dispõem de pouco tempo para treinar.

Segunda-feira
Aquecimento/alongamento – 5 minutos
Mecânica (escalas) – 25 minutos
Técnica (palhetada alternada) – 25 minutos
Relaxamento/alongamento – 5 minutos
Total: 1 hora 

Terça-feira
Aquecimento/alongamento – 5 minutos
Teoria (leitura) – 25 minutos
Teoria (improvisação aplicada) – 25 minutos
Relaxamento/alongamento – 5 minutos
Total: 1 hora 

Quarta-feira
Aquecimento/alongamento – 5 minutos
Repertório (tirar uma música) – 25 minutos
Percepção (exercícios de ditado) – 25 minutos
Relaxamento/alongamento – 5 minutos
Total: 1 hora 

Quinta-feira
Aquecimento/alongamento – 5 minutos
Mecânica (escalas) – 25 minutos
Técnica (ligaduras) – 25 minutos
Relaxamento/alongamento – 5 minutos
Total: 1 hora 

Sexta-feira
Aquecimento/alongamento – 5 minutos
Mecânica (acordes) – 25 minutos
Teoria (harmonia) – 25 minutos
Relaxamento/alongamento – 5 minutos
Total: 1 hora 

Sábado
Aquecimento/alongamento – 5 minutos
Repertório (continuação ou nova música) – 25 minutos
Técnica (específicas das músicas tiradas) – 25 minutos
Relaxamento/alongamento – 5 minutos
Total: 1 hora 

Domingo
Descanso... afinal ninguém é de ferro (risos).

Obviamente, a medida que uma técnica vai sendo aperfeiçoada, você deverá diminuir suas repetições e concentrar naquelas que você encontra mais dificuldade.
Outra questão importante é que depois de um certo tempo o repertório ficará gigante. Quando chegar neste ponto substitua este tempo para estudar mais teoria, improvisação e composição ou técnica e mecânica se o seu foco é o estilo shred.

O roteiro proposto não é uma verdade absoluta, é claro. Trata-se de uma sugestão, um método, que dependendo do nível e do tempo disponível merecerá, ou melhor, deverá sofrer adaptações. Se o guitarrista já manda bem em palhetada alternada, então é só substituir por sweep picking, se já domina o tapping, pode dedicar mais ao estudo das técnicas de harmônicos artificiais e da alavanca e por aí vai.

O importante é variar bastante para que o estudo não fique enfadonho.

Um abraço e bons estudos!

Elvis Almeida
http://www.elvisalmeida.com



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segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

A grande batalha: Valvulados X Transistorizados - Parte 3 - Central do Rock - por Elvis Almeida


Índice com todos os artigos da série "A Grande Batalha"


Aprofunde-se mais no tema, lendo todos os artigos sobre o duelo Transistorizados X Valvulados:


Parte 1: A fonte de energia dos amplificadores de guitarra
Parte 2: O Circuito Pré-amplificador
Parte 3: O Circuito de Power (Potência)


batalha valvulados versus vs transistor transistorizados solid state válvulas retificação corrente alternada contínua dicas funcionamento como funciona artigo amplificador valvulado é melhor efeito saturação distorção power potência timbre compressão central do rock elvis almeida class A B A/B

Pelos poderes de Greyskull, eu tenho o POWER!!!


Antes de adentrarmos o power propriamente dito, queria destacar que nesta sequência de artigos não irei abordar a fase inversora dos amplificadores.

Isto pelo fato de ser um assunto muito técnico e principalmente porque seja valvulado ou transistorizado, não é neste estágio que as diferenças sonoras são marcantes.

Também não irei abordar o tone stack, pelo mesmo fato. Quanto às classes de amplificação, vou explicar somente as classes A, B e A/B, pois são indispensáveis para o entendimento da etapa de potência nos amplificadores de guitarra. Existem outras classes usadas atualmente em PA's e som automotivo (classe A/D, também chamada de potência digital), mas não nos interessam neste momento, pois ainda não são usados para amplificação de guitarra.

Creio que o estágio da inversora e o tone stack ficariam melhor em artigos separados, para comentarmos suas particularidades.

Então vamos lá. Que venha as classes de operação dos amplificadores!

a) Amplificador Classe A


Nesta classe de amplificação de potência, a válvula é responsável por amplificar a onda inteira, ou seja 360º. Outra questão importante na classe A é que, havendo ou não signal, a corrente continua passando. Este tipo de power não descansa... trabalha o tempo todo. Nos dizeres de Robert Megantz:

"Quando não há sinal, há corrente contínua quiescente fluindo. Um sinal de corrente alternada (sinal de áudio) na grade faz esta corrente variar, mas ainda existe sempre alguma corrente que flui. Isto é conhecido como operação classe A". (MEGANTZ, Robert. Design and Construction of Tube Guitar Amplifiers. TacTec Press, p. 60, sem tradução para o português até o momento)


b) Amplificador Classe B


Já neste caso, cada válvula amplifica 180º da onda sonora. Além disso, a amplificação só ocorre quando há sinal na entrada do power, diferente do que ocorre com o Classe A. Megantz assim conceitua esta classe:

"Na operação classe B a válvula de saída é polarizada em corte, por isso não há corrente contínua de repouso. Quando a tensão AC na grade é positiva, a corrente flui. Quando a tensão AC na grade é negativa, nenhuma corrente flui. Assim, a válvula trabalha como uma rectificadora, permitindo apenas a metade da onda de entrada passar." (MEGANTZ, Robert. op. cit., p. 60)

Portanto, a classe B é muito mais eficiente, pois não há consumo em repouso, e como cada válvula cuida apenas de um pedaço da onda, é possível conseguir muito mais potência com menos válvulas.


c) Amplificador Classe A/B


O problema da operação classe B é que mesmo pares casados de válvulas, não são completamente idênticas. Esta diferença mínima é suficiente para que a "cola" de uma parte da onda (ciclo positivo) com a outra (ciclo negativo) gere uma distorção inaceitável em amplificadores de áudio. Não se trata da distorção proveniente da saturação. Esta última é até muito desejada. Mas como a "emenda" não fica perfeita, o que se gera são apenas ruídos.

Por isso os engenheiros desenvolveram a classe A/B. Nesta classe cada ciclo é amplificado com uma pequena sobra. Não são exatos 180º, mas uns 190º aproximadamente. Assim, a emenda da onda sonora fica perfeita, sem qualquer ruído e praticamente com a mesma eficiência da classe B.

Acho que fui técnico demais (risos)... a partir deste ponto, o texto fica mais agradável.

E daí... os circuitos sólidos funcionam com as mesmas classes, qual seria a diferença?

As observações quanto às classes são pertinentes para entender qualquer amplificador seja valvulado ou transistorizado. As diferenças de operação que os distinguem serão abordadas em seguida.



Mas qual a principal diferença entre amplificação de potência valvulada e transistorizada?


Além do fato da amplificação ser feita de maneira diferente, a resposta pode ser resumida em "Fidelidade".

Você deve estar pensando que o valvulado é preferido por possuir mais fidelidade que o transistorizado... mas é justamente o contrário. Por incrível que pareça, é a falta de fidelidade do valvulado que o consagrou. Assim, como o overdrive foi um efeito colateral que caiu no gosto popular, a saturação do power valvulado é um desejo de tantos guitarristas. 

Outra questão importante, é que o power transistorizado amplifica todos os harmônicos da nota, pares e ímpares. Isto tem um efeito pejorativo na sonoridade. É que os harmônicos ímpares tendem a anular os pares e vice-versa. É por isto, que achamos o som transistorizado "magro" e "opaco".

Contudo, devido ao seu peculiar funcionamento, via de regra, a válvula amplifica somente os harmônicos pares, de forma que estes vão se somando à nota principal, deixando o som "gordo" e "brilhante". 

Por fim, é importante dizer que a saída transistorizada possui baixas impedâncias permitindo a ligação direta com os alto-falantes. Já a saída valvulada, possui impedâncias tão altas que é necessário utilizar um transformador de output para poder acoplar os alto-falantes.

Desta necessidade de compatibilizar as impedâncias, acabou surgindo diversas técnicas de enrolamento dos trafos (transformadores) de saída, sendo a configuração E/I uma das mais usadas. Esta configuração consiste em usar chapas no formato das letras "E" e "I". Mas o tipo de metal usado, o jeito de enrolar as bobinas do trafo... etc., influenciam demais a sonoridade. Então, o power valvulado, possui ainda esta particularidade e possibilidade. Dá pra personalizar o timbre também mudando o trafo de saída.

Conclusão


Por tudo que foi dito nesta rodada de artigos sobre amplificadores, percebe-se que não se trata de dizer qual é o melhor, mas sim de qual gostamos mais.

Em questão de fidelidade de amplificação, o solid state é até mais preciso que o valvulado. Mas o som que transformou a guitarra elétrica em um instrumento novo é justamente aquele que:

a) "Arria" gerando compressão;
b) satura o preamp gerando overdrive;
c) corta os harmônicos ímpares, sobressaindo os pares;
d) satura o power dando mais punch ao som.

Tudo isto seria defeito, mas foi responsável por criar um novo instrumento. O amplificador valvulado talvez seja o principal responsável pela separação da guitarra elétrica e guitarra acústica.

Todas as tentativas em reproduzir o timbre valvulado nos transistorizados, teve um efeito contrário, qual seja, destacou mais ainda as diferenças entre eles. Isto não quer dizer que os transistorizados são ruins. Para sons limpos, por exemplo, os transistorizados dão um show. E é por isso que muitos guitarristas que utilizam som limpo, preferem transistorizados como Roland Jazz Chorus, principalmente por sua robustez.

Para guitarra acústica (violão), por exemplo, o transistorizado é praticamente o padrão de mercado, justamente por reproduzir "fielmente" o som do violão.

Outra coisa importante a se dizer é que, se na época em que necessitou-se amplificar o violão,  houvesse fidelidade, é provável que os sons distorcidos sequer existissem.

O técnico da Tubeamps, Sr. Manolo, sempre diz: "não é que os amplificadores valvulados são melhores, é que gostamos mais deles".

Espero que os artigos tenham úteis para a compreensão da amplificação de guitarra. Futuramente abordaremos outros temas correlatos.

Um abraço e até a próxima.


Elvis Almeida


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terça-feira, 27 de novembro de 2012

A grande batalha: Valvulados X Transistorizados - Parte 2 - Central do Rock - por Elvis Almeida


Índice com todos os artigos da série "A Grande Batalha"


Aprofunde-se mais no tema, lendo todos os artigos sobre o duelo Transistorizados X Valvulados:


Parte 1: A fonte de energia dos amplificadores de guitarra
Parte 2: O Circuito Pré-amplificador
Parte 3: O Circuito de Power (Potência)


batalha valvulados valvulada versus vs transistor transistorizados solid state válvulas retificação corrente alternada contínua dicas funcionamento como funciona artigo amplificador valvulado é melhor efeito saturação distorção distortion overdrive timbre compressão central do rock elvis almeida preamp pré-amplificador pré

O circuito PREAMP


No artigo passado, expliquei as diferenças básicas existentes entre as fontes valvuladas e fontes sólidas. Mas agora, chegou a vez de falarmos dos pré-amplificadores, e a polêmica só aumenta.

A indústria de amplificadores, de tempos em tempos lança produtos com o seguinte argumento "transforme seu transistorizado em valvulado"... "desfrute da poderosa distorção valvulada com este preamp de 2 canais"... etc.

A verdade nua e crua é que você irá usufruir de um preamp valvulado, com suas qualidades e defeitos.

Existem preamps valvulados de excelente qualidade de fabricação e timbres fantásticos, mas comprando um deles, você continua com apenas um pedaço do amplificador valvulado. O power continuará sendo transistorizado. E é justamente no power, como veremos no próximo artigo, onde as diferenças entre valvulados e transistorizados são mais marcantes.

Por isso, o máximo que irá acontecer é você transformar seu transistorizado em um híbrido. Então, "não compre gato por lebre", saiba que ao comprar um pedal/preamp valvulado, você está fazendo um upgrade no seu preamp, proporcionando uma distorção valvulada de preamp.

A famosa saturação do power valvulado e os harmônicos decorrentes de sua forma de amplificar continuam inexistentes.




Qual a função do preamp?


Ora, o próprio nome diz qual sua função... qual seja, pré-amplificar.
O sinal que sai da guitarra é da ordem de alguns milivolts e de baixíssima corrente, insuficientes para alimentar o estágio de potência do amplificador.

Portanto, a função do preamp é elevar o sinal da guitarra até atingir o ponto de excitação do power (quem disse que só as mulheres possuem ponto G - risos).

Há quase nenhuma diferença entre um preamp valvulado ou transistorizado quando estes trabalham sem saturação (ou seja, só eleva o sinal sem alterar o formato da onda), deixando o som clean com "força" suficiente para excitar o power.

Neste tipo de pré-amplificação, ou seja, sem distorção, preamps valvulados e transistorizados se comportam de forma muito semelhante, exceto quanto ao fato de que a válvula e transistor amplificam de maneira diferente. Mas se analisarmos o formato da onda sonora... etc., o resultado é muito parecido.

E quanto ao overdrive?


Aí entra uma questão até histórica. Quando os primeiros amplificadores foram projetados, nos primórdios da guitarra elétrica, o que se buscava era reproduzir o som da guitarra acústica (violão) em uma amplitude maior. Não se pensava em sons distorcidos.

A distorção foi uma espécie de "efeito colateral" decorrente da saturação das válvulas. Especialmente quanto à saturação do preamp (o verdadeiro overdrive), esta só apareceu porque nos primórdios da eletrônica, as peças não possuíam alta fidelidade, e principalmente, que os engenheiros ao fazer seus projetos, tentavam tirar o máximo de ganho possível de cada válvula, na esperança fornecer o maior volume (amplitude) possível com o mínimo de equipamentos, até porque tudo era muito caro e de difícil acesso.

Como funciona o overdrive?


A sobrecarga da válvula de pré, produz um achatamento no sinal. É como se cortasse um pedaço da “cabeça” da onda sonora, deixando ela “quadrada”.

Desta forma, para produzir a distorção de preamp, é necessário aumentar o ganho até níveis que comece a “cortar” o topo da onda no último estágio. Por isso, geralmente, a lógica é a seguinte: quanto mais válvulas de pré, mais estágios de ganho. Mais estágios de ganho, mais a onda fica quadrada ao final e consequentemente, mais overdrive é fornecido.

Inicialmente, o engenheiros tentaram produzir o mesmo efeito com transistores, ou seja, vários estágios de ganho para gerar a saturação. Porém, neste caso a deformação ficou diferente daquela gerada com a válvula.

A solução encontrada pelos engenheiros para reproduzir a distorção valvulada foi a utilização de diodos de clipagem. Uma das funções do diodo é “cortar” o ciclo da onda total ou parcialmente. Na retificação, por exemplo, ele corta o ciclo negativo (ou positivo) deixando passar o ciclo oposto, este é o fundamento da “transformação” de corrente alternada em corrente contínua. Num preamp, o diodo tem a função de “clipar” a onda, deixando ela quadrada, assim como acontece com a válvula saturada.

Pois bem, aí surgiu o overdrive transistorizado, mas seu sucesso não foi nos preamps. A sua utilização foi muito mais sólida (não podia perder o trocadilho) nos pedais (stompboxes), seja ligando num amplificador valvulado clean, ou como boost de ganho para as saturações valvuladas. Dentre os pedais de overdrive mais famosos destaca-se os clássicos Ibanez Tubescreamer (TS808 e TS9) e BOSS Super Overdrive (SD-1).

Então você deve estar se perguntando...

Ora, se tantos guitarristas usam pedais transistorizados ligados em valvulados, por que não usar um preamp transistorizado?


Esta é uma excelente pergunta. Na verdade, ainda que a clipagem feita com diodos forneça uma distorção parecida com a valvulada, ainda não é a mesma. Há algumas diferenças no formato da onda. E é justamente por estas minúcias que os guitarristas mais puristas preverem a distorção valvulada de preamp.

Contudo, é possível utilizar-se de um preamp transistorizado ligado num power valvulado e se obter timbres ricos. Acontece que a parte mais cara de um amplificador de guitarra é a potência. Portanto, ao fabricar um amp com power valvulado, o custo de fazer o pré também valvulado encarece pouco o projeto, sendo viável comercialmente fazê-lo alltube.

Já o raciocínio contrário, usar preamp valvulado e power transistorizado, diminui muito o custo de fabricação, por isso, muitos fabricantes lançaram híbridos neste formato. Contudo, como será abordado no próximo artigo, o som que consagrou os valvulados vem do power, fazendo pouco sentido utilizar um híbrido com etapa de potência solid state.

Existe amplificadores valvulados com diodos de clipagem?


A resposta é sim. Dos anos 80 até os dias de hoje, verifica-se um progressivo aumento de ganho nos amplificadores de guitarra. Isto decorre da consagração de estilos como Trash Metal, Death Metal e seus sucessores. Um número cada mais maior de guitarristas desejam um amplificador high gain (em alguns casos até ultra high gain).

A propósito, cumpre esclarecer que os amplificadores de guitarra, quanto ao ganho, podem ser classificados em low gain, mid gain, high gain e ultra gain (ou ultra high gain).

Como já foi explicado acima, um preamp 100% valvulado terá mais ganho proporcionalmente ao número de estágios que tiver. Um válvula 12AX7, por exemplo, é um duplo tríodo, portanto é possível utilizá-la em 2 (dois) estágios. Assim, se quisermos 6 estágios de ganho, é necessário usar 3 válvulas 12AX7 para esta função. Se quisermos 8 estágios, deverá ser 4 válvulas e assim por diante.

Apesar das válvulas de pré serem menores, de custo mais baixo, esquentarem menos... etc., ganhos extremos necessitam de muitas válvulas, o que deixa o amplificador mais sujeito a problemas mecânicos. A alternativa dos fabricantes (execrada por muitos guitarristas) foi, inserir diodos de clipagem no canal de maior ganho, permitindo distorções poderosíssimas utilizando no máximo 3 válvulas no preamp. Em alguns modelos, estes diodos podem ser ativados/desativados com uma chave (gain boost) ou até pelo footswitch, noutros ficam sempre em uso no canal de drive.

Isto transforma o amplificador em híbrido? Sim e não. Quanto estiver em uso, o som é híbrido. Quando não estiver, o som é alltube. Se o guitarrista curte combinar pedais de boost/drive com a saturação do amplificador, em nada se fundamenta o preconceito com estes amplificadores, pois tecnicamente a distorção já é híbrida. Repito, minha crítica com híbridos se refere ao fato de que todos eles possuem power solid state, quando o verdadeiro "mojo" dos valvulados está na etapa de potência valvulada.

Então é isso, na próxima coluna serão abordadas as características do power valvulado para elucidar seu funcionamento e encerrar esta série.

Um abraço.


Elvis Almeida


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sexta-feira, 16 de novembro de 2012

A grande batalha: Valvulados X Transistorizados - Parte 1 - Central do Rock - por Elvis Almeida


Índice com todos os artigos da série "A Grande Batalha"


Aprofunde-se mais no tema, lendo todos os artigos sobre o duelo Transistorizados X Valvulados:


Parte 1: A fonte de energia dos amplificadores de guitarra
Parte 2: O Circuito Pré-amplificador
Parte 3: O Circuito de Power (Potência)


batalha valvulados versus vs transistor transistorizados solid state válvulas retificação corrente alternada contínua dicas funcionamento como funciona artigo amplificador valvulado é melhor fonte efeito sag resistor timbre compressão central do rock elvis almeida

A fonte de energia do amplificador de guitarra


Darei início a uma nova série de artigos sobre amplificadores de guitarra, com o intuito de esclarecer as principais diferenças entre amplificadores de guitarra valvulados e transistorizados.

Qual é o melhor, é uma conclusão que você chegará por si próprio quando terminar de ler todos os artigos, sem nenhum misticismo e com respaldo técnico.

Retificação por válvulas ou por diodos?


Para a primeira coluna, escolhi o tópico RETIFICAÇÃO VALVULADA X DIODOS DE SILÍCIO, pois afinal, nenhum equipamento eletrônico funciona sem a fonte de energia.

Se houve muito por aí as seguintes frases:

- "O fabricante fala que o amp é alltube, mas tem diodos na fonte... chama o PROCON ou o IDEC";
- "Amplificador alltube é aquele que não tem nenhum diodo, nem na fonte...".

Primeiro, temos que destacar que o sinal de sua guitarra não irá passar pela válvula da fonte. Para explicar isto melhor, vamos esclarecer o que é retificação.

Retificação de corrente, de forma bem simplificada, é "transformar" corrente alternada (AC) em corrente contínua (DC). Antigamente, esta retificação era feita com uma válvula (não só para amplificadores, mas para todo o tipo de eletrônico existente: TV, radiola, vitrola... etc). Posteriormente, os fabricantes foram substituindo as válvulas por componentes de estado sólido, como transistores e diodos (feitos de germânio ou silício).

A primeira mudança foi na fonte de energia.

Ao revés de usar uma válvula cara na retificação, os construtores de amplificadores passaram a utilizar-se de diodos retificadores de silício, que eram pequenos, leves, baratos e duráveis.

Existe uma melhor?


Você deve estar se perguntando: "Ora, então a retificação com diodos é melhor?"

Depende do que você procura ouvir.

Veja também o vídeo:
 

Aí surge nova dúvida: "Como assim ouvir? Você não disse que o sinal da guitarra não passa pela fonte?!".

Disse sim, e não retiro estas palavras (risos). A diferença do som vai ocorrer não porque o sinal passa pela válvula da fonte, mas porque a fonte sólida se comporta diferente no fornecimento de energia para o power do amplificador.

É o mítico (e até místico) efeito Sag ("ceder" em tradução livre). Mas o sentido mais correto para o termo é "arriar".

A válvula retificadora, oferece naturalmente uma resistência à passagem de corrente. Isto acaba proporcionando uma queda de energia na etapa de potência. Quanto mais alto o volume, mais corrente se exige da fonte. Em uma curva logarítmica, essa pequena resistência tanto mais interfere na diferença de potencial, quanto mais corrente se exige da fonte. Esta atenuação em consequência da "arriada" da fonte, elimina os picos gerando uma compressão no som da guitarra.

Por isso mesmo, eu disse que vai depender daquilo que você quer ouvir. Então aquilo que tecnicamente seria um defeito (energia insuficiente), para os ouvidos humanos era uma qualidade, pois a maioria dos guitarristas desejam compressão.

Obviamente, cada circuito foi projetado de um jeito, e uns forneciam mais ou menos compressão. Melhor dizendo, dependendo do modelo/marca, o Sag era mais ou menos presente.

"É possível ter o efeito Sag  numa fonte retificada com diodos de silício?"


A resposta é sim. O diodo naturalmente não possui resistência à corrente (tudo tem resistência, mas no caso, seu valor é desprezível para tal finalidade), mas combinando com um resistor de valor próximo à valvula de retificação desejada, o efeito Sag irá surgir em altos volumes.

Alterando o valor do resistor é possível até controlar mais ou menos compressão. Quanto mais resistência (em ohms) mais Sag, bem como quanto menos resistência, menos Sag e menos compressão.

Como este circuito é extremamente simples, atualmente encontramos inúmeros fabricantes industriais e handmakers inserindo a "Chave de Sag" nos seus produtos, que nada mais é do que um liga e desliga deste resistor. Assim, o guitarrista pode optar entre um som mais comprimido (com o Sag ativo) estilo vintage, ou mais moderno e "áspero", sem o Sag.

Fabricantes como a Mesa Boogie, preferiram utilizar os dois tipos de retificação (válvula e diodo de silício). É o que acontece com o Dual Rectifier, que dispõe uma fonte com válvulas e diodos, selecionáveis por uma chave.

Por fim, é importante salientar que o Sag só é possível nos amplificadores classe AB, pois este só amplifica existindo sinal de entrada. Nos amplificadores classe A, o consumo da válvula (ou válvulas, dependendo do caso) está sempre no máximo, tendo ou não sinal a ser amplificado. Assim, colocar uma válvula retificadora deixará a fonte sempre arriada, e o power "desabastecido" durante todo o ciclo da onda sonora. O efeito é somente uma redução total de volume, como se abaixasse um pouquinho o volume Master.

Então é isto pessoal. Encerro nossa primeira parte da batalha entre valvulados e transistorizados.

No próximo artigo, falaremos de pré-amplificadores e a polêmica tende a aumentar.

Um abraço.


Elvis Almeida
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terça-feira, 6 de novembro de 2012

Guitar Pack da Strinberg, um kit completo para o guitarrista iniciante

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Duas excelentes opções do Kit
O maior desafio na hora de comprar a primeira guitarra é conseguir montar um kit completo, com os principais itens necessários para os primeiros riffs, sem gastar muito. Pensando nisso, a Strinberg criou o Guitar Pack, um kit com cubo, capa, palhetas, afinador, cabo, encordoamento, correia e duas opções de guitarras, a tradicional Strato e a famosa Les Paul.

A primeira é o modelo EGS-216, uma guitarra que possui ótima tocabilidade, com acabamento e estrutura diferenciados no mercado brasileiro. Corpo em Basswood, braço em Maple, escala em Rosewood, tarraxas cromadas, 3 captadores single, controles de volume e tonalidade, com 5 posições de chave. Além disso, são seis cores disponíveis na hora de montar o kit: branco (WH), preto (BK), sunburst (SB), vinho (TWR), azul (TBL) e rosa (MPK).

EGS-216
Já a Les Paul, guitarra clássica na história da música, é o modelo CLP-79. Além de um timbre diferenciado, é uma guitarra de ótimo acabamento com tarraxas cromadas, escala em Rosewood, corpo em Basswood e braço em Maple. Os dois captadores humbuckers deste modelo possuem controles próprios de volume e tonalidade e com a chave seletora de 3 posições é possível fazer as combinações entre eles. Disponível nas cores preto (BK), cherry burst (CS), dourado (MGD), branco (WH) e sunburst (SB).

CLP-79
O Guitar Pack da Strinberg inclui ainda um cubo SG-15 com potência de 15 watts e controle de ganho, volume, grave e agudo, além do efeito overdrive e saída para fones de ouvido. Acompanha também um afinador SHT-600 cromático, com display de cristal líquido. Neste afinador, a captação é feita de duas formas: por contato e por microfone (mic), possuindo calibragem de frequência. Além disso, o kit inclui capa para proteção feita em nylon, palhetas em cores variadas, cabo SC-06 na cor preta, correia feita em nylon também na cor preta e encordoamento de tensão GS-09 (média).

A Sonotec Music & Sound, importadora e distribuidora dos produtos Strinberg para o Brasil, apresenta o Guitar Pack como uma excelente sugestão de presente para este Natal. Procure a loja de instrumentos musicais mais próximas e conheça de perto esta novidade.

Confira toda a linha Strinberg no site da distribuidora Sonotec:
http://www.sonotec.com.br

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sábado, 14 de abril de 2012

Home Studio - Por onde começar? - Quarta parte - O estudo e treinamento



Índice com todos os artigos da série sobre dicas de estúdio


Aprofunde-se mais no tema, lendo todos os artigos da série:

Parte 1: Introdução - Visão Geral
Parte 2: Hardware (Microfones, Interfaces... etc.)
Parte 3: Softwares, Plugins e Aplicativos
Parte 4: Estudo e treinamento



central do rock elvis almeida dicas importantes home studio ferramentas produção musical
Olá amigos,

estou de volta com a quarta e última parte das dicas para quem pretende montar seu Home Studio, qual seja, o TREINAMENTO.

Calma... isto não quer dizer que não vou escrever sobre o assunto. Simplesmente que a partir destas noções gerais, a abordagem nos próximos artigos será específica sobre este ou aquele equipamento, recurso, software ou técnica de gravação.

Se você seguiu todos os passos dos artigos anteriores você já deve estar planejando providenciar ou comprar:

I- O espaço dedicado e adequado para fazer suas gravações;
II- o computador eficiente para "rodar" os softwares necessários;
III- a interface ou mesa com no mínimo duas entradas XLR;
IV- dois microfones (um dinâmico e outro condensador);
V- Monitores de áudio;
VI- software multipista (também chamado de DAW);
VII- plugins VST e VSTi.

Falta agora outro requisito muito importante, tempo para estudar (risos).

Você precisa achar um tempo na sua agenda para estudar a teoria e principalmente aplicá-la na prática. Sobre o posicionamento dos microfones, por exemplo, só mesmo com muita experimentação conseguimos chegar num resultado ideal e satisfatório. Aliás, é importante destacar que cada instrumento necessita ou merece de uma técnica de micronofação diferente. Não existe uma receita única para gravar microfonando. Os resultados melhoram muito com a experiência.

Estas horas (pode colocar horas nisto) dedicadas para as experimentações também são horas de estudo. Explore o programa DAW também. Recomendo, principalmente, que pesquise bastante os recursos de insert, buses e sends. Eles são fundamentais para o roteamento interno do áudio e muitas técnicas de gravação passam por este recurso. Exemplo: tem hora que é mais vantajoso transformar um track de instrumento virtual (MIDI) em um track de áudio, para aplicação de certos efeitos, e sem o domínio do roteamento do áudio, os resultados podem ser comprometidos.

Portanto, não é perda de tempo ler o manual que acompanha o DAW (mesmo em PDF). Muito pelo contrário, os manuais nos oferecem uma visão geral do programa que é muito útil para quem está começando.

Nos sites dos desenvolvedores do aplicativo, também encontramos muitos tutoriais gratuitos, muitos em vídeo, exemplificando o uso do programa em diversas situações, como gravações de bateria, guitarra, voz, instrumento virtual... etc. Também não é perda de tempo assistir ou ler estes tutoriais, pois eles irão complementar a visão geral dada pelo manual, evitando que você “apanhe” do software no futuro, quando estiver realizando um trabalho de produção.

As videoaulas no You Tube também ajudam muito. Existem muitos profissionais dispostos a ajudar e publicam conteúdo com dicas passo-a-passo de como fazer este ou aquele tipo de gravação. Basta procurar.

As apostilas, costumam ser menos confiáveis, pois muitas vezes são um compilado de ideias diferentes e antagônicas, mas também ajudam, principalmente quando tidas pelo estudante como material complementar.

Mesmo sendo possível estudar sozinho, um curso regular, bem como as oficinas e os workshops tem suas vantagens. Enumerarei algumas:

a) Material didático planejado e conciso;
b) horas dentro de um estúdio sob a orientação de um profissional experiente. Ou seja, aquilo que você levaria uma semana para descobrir sozinho, tem o professor te entregando “de bandeja”;
c) certificação, fundamental para quem pretende tornar-se um produtor musical profissional;
d) troca de ideias e dicas com outros alunos.

Cabe salientar, que o treinamento é talvez a parte mais importante. Tem profissional que consegue “tirar leite de pedra”, melhor dizendo, mesmo com equipamentos tidos como amadores/inferiores, conseguem gravações com qualidade inquestionável. Milagre? Claro que não. Isto se deve ao fato dele ter dedicado muitas horas do seu tempo estudando, pesquisando e aplicando a teoria.

Recomendo até que antes mesmo de sair comprando tudo que precisa para seu Home Studio, que você faça um curso, ou participe de um workshop de produção musical, até mesmo para não desperdiçar seu dinheiro.

Depois de ter uma noção mais apurada do tema você irá comprar melhor, pois gastará seu dinheiro com aquilo que lhe fornecerá o melhor custo-benefício. Analogicamente, é o mesmo que construir um edifício sem um projeto de engenharia. A chance dele cair por deficiência nas estruturas é muito grande.

Se você pretende tornar-se um produtor profissional, invista principalmente nos pilares de qualquer prestação de serviços, os conhecimentos teóricos e práticos.

Um grande abraço e espero que esta série de artigos tenha esclarecido bastante sobre o tema.


Elvis Almeida
Guitarrista – Endorsee Strinberg


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