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terça-feira, 27 de novembro de 2012

A grande batalha: Valvulados X Transistorizados - Parte 2 - Central do Rock - por Elvis Almeida


Índice com todos os artigos da série "A Grande Batalha"


Aprofunde-se mais no tema, lendo todos os artigos sobre o duelo Transistorizados X Valvulados:


Parte 1: A fonte de energia dos amplificadores de guitarra
Parte 2: O Circuito Pré-amplificador
Parte 3: O Circuito de Power (Potência)


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O circuito PREAMP


No artigo passado, expliquei as diferenças básicas existentes entre as fontes valvuladas e fontes sólidas. Mas agora, chegou a vez de falarmos dos pré-amplificadores, e a polêmica só aumenta.

A indústria de amplificadores, de tempos em tempos lança produtos com o seguinte argumento "transforme seu transistorizado em valvulado"... "desfrute da poderosa distorção valvulada com este preamp de 2 canais"... etc.

A verdade nua e crua é que você irá usufruir de um preamp valvulado, com suas qualidades e defeitos.

Existem preamps valvulados de excelente qualidade de fabricação e timbres fantásticos, mas comprando um deles, você continua com apenas um pedaço do amplificador valvulado. O power continuará sendo transistorizado. E é justamente no power, como veremos no próximo artigo, onde as diferenças entre valvulados e transistorizados são mais marcantes.

Por isso, o máximo que irá acontecer é você transformar seu transistorizado em um híbrido. Então, "não compre gato por lebre", saiba que ao comprar um pedal/preamp valvulado, você está fazendo um upgrade no seu preamp, proporcionando uma distorção valvulada de preamp.

A famosa saturação do power valvulado e os harmônicos decorrentes de sua forma de amplificar continuam inexistentes.




Qual a função do preamp?


Ora, o próprio nome diz qual sua função... qual seja, pré-amplificar.
O sinal que sai da guitarra é da ordem de alguns milivolts e de baixíssima corrente, insuficientes para alimentar o estágio de potência do amplificador.

Portanto, a função do preamp é elevar o sinal da guitarra até atingir o ponto de excitação do power (quem disse que só as mulheres possuem ponto G - risos).

Há quase nenhuma diferença entre um preamp valvulado ou transistorizado quando estes trabalham sem saturação (ou seja, só eleva o sinal sem alterar o formato da onda), deixando o som clean com "força" suficiente para excitar o power.

Neste tipo de pré-amplificação, ou seja, sem distorção, preamps valvulados e transistorizados se comportam de forma muito semelhante, exceto quanto ao fato de que a válvula e transistor amplificam de maneira diferente. Mas se analisarmos o formato da onda sonora... etc., o resultado é muito parecido.

E quanto ao overdrive?


Aí entra uma questão até histórica. Quando os primeiros amplificadores foram projetados, nos primórdios da guitarra elétrica, o que se buscava era reproduzir o som da guitarra acústica (violão) em uma amplitude maior. Não se pensava em sons distorcidos.

A distorção foi uma espécie de "efeito colateral" decorrente da saturação das válvulas. Especialmente quanto à saturação do preamp (o verdadeiro overdrive), esta só apareceu porque nos primórdios da eletrônica, as peças não possuíam alta fidelidade, e principalmente, que os engenheiros ao fazer seus projetos, tentavam tirar o máximo de ganho possível de cada válvula, na esperança fornecer o maior volume (amplitude) possível com o mínimo de equipamentos, até porque tudo era muito caro e de difícil acesso.

Como funciona o overdrive?


A sobrecarga da válvula de pré, produz um achatamento no sinal. É como se cortasse um pedaço da “cabeça” da onda sonora, deixando ela “quadrada”.

Desta forma, para produzir a distorção de preamp, é necessário aumentar o ganho até níveis que comece a “cortar” o topo da onda no último estágio. Por isso, geralmente, a lógica é a seguinte: quanto mais válvulas de pré, mais estágios de ganho. Mais estágios de ganho, mais a onda fica quadrada ao final e consequentemente, mais overdrive é fornecido.

Inicialmente, o engenheiros tentaram produzir o mesmo efeito com transistores, ou seja, vários estágios de ganho para gerar a saturação. Porém, neste caso a deformação ficou diferente daquela gerada com a válvula.

A solução encontrada pelos engenheiros para reproduzir a distorção valvulada foi a utilização de diodos de clipagem. Uma das funções do diodo é “cortar” o ciclo da onda total ou parcialmente. Na retificação, por exemplo, ele corta o ciclo negativo (ou positivo) deixando passar o ciclo oposto, este é o fundamento da “transformação” de corrente alternada em corrente contínua. Num preamp, o diodo tem a função de “clipar” a onda, deixando ela quadrada, assim como acontece com a válvula saturada.

Pois bem, aí surgiu o overdrive transistorizado, mas seu sucesso não foi nos preamps. A sua utilização foi muito mais sólida (não podia perder o trocadilho) nos pedais (stompboxes), seja ligando num amplificador valvulado clean, ou como boost de ganho para as saturações valvuladas. Dentre os pedais de overdrive mais famosos destaca-se os clássicos Ibanez Tubescreamer (TS808 e TS9) e BOSS Super Overdrive (SD-1).

Então você deve estar se perguntando...

Ora, se tantos guitarristas usam pedais transistorizados ligados em valvulados, por que não usar um preamp transistorizado?


Esta é uma excelente pergunta. Na verdade, ainda que a clipagem feita com diodos forneça uma distorção parecida com a valvulada, ainda não é a mesma. Há algumas diferenças no formato da onda. E é justamente por estas minúcias que os guitarristas mais puristas preverem a distorção valvulada de preamp.

Contudo, é possível utilizar-se de um preamp transistorizado ligado num power valvulado e se obter timbres ricos. Acontece que a parte mais cara de um amplificador de guitarra é a potência. Portanto, ao fabricar um amp com power valvulado, o custo de fazer o pré também valvulado encarece pouco o projeto, sendo viável comercialmente fazê-lo alltube.

Já o raciocínio contrário, usar preamp valvulado e power transistorizado, diminui muito o custo de fabricação, por isso, muitos fabricantes lançaram híbridos neste formato. Contudo, como será abordado no próximo artigo, o som que consagrou os valvulados vem do power, fazendo pouco sentido utilizar um híbrido com etapa de potência solid state.

Existe amplificadores valvulados com diodos de clipagem?


A resposta é sim. Dos anos 80 até os dias de hoje, verifica-se um progressivo aumento de ganho nos amplificadores de guitarra. Isto decorre da consagração de estilos como Trash Metal, Death Metal e seus sucessores. Um número cada mais maior de guitarristas desejam um amplificador high gain (em alguns casos até ultra high gain).

A propósito, cumpre esclarecer que os amplificadores de guitarra, quanto ao ganho, podem ser classificados em low gain, mid gain, high gain e ultra gain (ou ultra high gain).

Como já foi explicado acima, um preamp 100% valvulado terá mais ganho proporcionalmente ao número de estágios que tiver. Um válvula 12AX7, por exemplo, é um duplo tríodo, portanto é possível utilizá-la em 2 (dois) estágios. Assim, se quisermos 6 estágios de ganho, é necessário usar 3 válvulas 12AX7 para esta função. Se quisermos 8 estágios, deverá ser 4 válvulas e assim por diante.

Apesar das válvulas de pré serem menores, de custo mais baixo, esquentarem menos... etc., ganhos extremos necessitam de muitas válvulas, o que deixa o amplificador mais sujeito a problemas mecânicos. A alternativa dos fabricantes (execrada por muitos guitarristas) foi, inserir diodos de clipagem no canal de maior ganho, permitindo distorções poderosíssimas utilizando no máximo 3 válvulas no preamp. Em alguns modelos, estes diodos podem ser ativados/desativados com uma chave (gain boost) ou até pelo footswitch, noutros ficam sempre em uso no canal de drive.

Isto transforma o amplificador em híbrido? Sim e não. Quanto estiver em uso, o som é híbrido. Quando não estiver, o som é alltube. Se o guitarrista curte combinar pedais de boost/drive com a saturação do amplificador, em nada se fundamenta o preconceito com estes amplificadores, pois tecnicamente a distorção já é híbrida. Repito, minha crítica com híbridos se refere ao fato de que todos eles possuem power solid state, quando o verdadeiro "mojo" dos valvulados está na etapa de potência valvulada.

Então é isso, na próxima coluna serão abordadas as características do power valvulado para elucidar seu funcionamento e encerrar esta série.

Um abraço.


Elvis Almeida


Revelado o novo método para aprender a tocar guitarra sem sair de casa

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2 comentários:

  1. Elvis. Esses artigos são matadores! Parabéns!
    Tenho um bom conhecimento de eletrônica e consegegui "digerir" seu texto muito bem.
    Tenho uma dúvida: se estiver usando um amp com o booster de ganho ativado, terei uma distorção hibrida? No momemento que dasativo o booster, terei uma distorção 100% valvulada?

    grato!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. É isso mesmo amigo, porém é híbrida somente a distorção de preamp.

      A distorção de power continuaria sendo valvulada, e é justamente esta que fez a fama dos valvulados.

      A ideia de se comprar um amp valvulado é pelo conjunto... por tudo que ele irá proporcionar ao seu timbre.

      Dependendo do pedal de boost, as características do preamp serão preservadas e/ou acentuadas, razão pela qual eu sempre digo que o mais importante é o power valvulado.

      Atenciosamente,

      Elvis Almeida

      Excluir

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